Estranha Mente Minha

Apenas palavras soltas ao vento sem direção nem sentido.

E novamente venho aqui, atrás daquele com que falo quando não tenho com quem conversar... ainda bem que este blog não tem visitantes, quanto menos frequentes, ou esse já teria surtado...

Enfim... sabe quando você está se sentindo um merda? Um zero a esquerda, um bosta que não faz nada certo? Assim estou eu. Fui para uma viagem extremamente importante para mim... o problema é que fui com centenas de pressões psicológicas sobre mim, com passados, com presentes, com possibilidades de futuros, com comportamentos e certas ideologias, tudo junto e misturado afetando completamente minha forma de agir e pensar... o resultado com tamanha pressão em minhas costas não poderia ser outra se não dar merda... e foi assim.

Eu sabia que haviam dois passados, dois que poderiam muito bem ter me impedido de ir se minha vontade não fosse realmente enorme, descomunal, diria... um é ter feito uma viagem afim de reatar um namoro e ela não ter tido a dignidade sequer de falar que não havia mais nenhuma esperança para nós, sabia que fazer uma viagem atrás de uma pessoa que gosto, mesmo que sabendo que nada aconteceria e que portanto seria apenas na amizade não era boa ideia, ainda mais com o passado que tem entre nós, e só serviu para aumentar minha pressão psicológica...

Mal cheguei na tal viagem e me deparo com duas questões, uma da família questionando minha religiosidade (sou ateu e a família fervorosa), isso não poderia dar muito certo, outra quando citaram dois ex, um bem do passado e que sei que em muito superado, outro recente, questão de semanas. A questão é que algumas pessoas presentes devem saber bem de toda história e com isso me olhavam quando tais assuntos foram citados... eu queria sumir dali.

Como se não bastasse ela havia passado os últimos dias buscando a todo custo reatar esse namoro mais recente nos dias que antecederam a viagem.

Além disso haviam mais dois fatores determinantes, um o fato da minha timidez natural, preciso de um tempo para me sentir a vontade, especialmente pois só uma daquelas pessoas eu conhecia, os demais me eram de certa forma estranhos e segundo questões como minha forma de ver certas coisas e algumas questões que meio que me perseguem.

Por eu ser de SP, uma cidade enorme, existe para algumas pessoas a ideia que posso tentar enganar "meninas bobinhas do interior" o tempo todo... sendo que nunca fui assim, pelo contrário, é mais fácil eu ser enganado por elas, mas por esse medo dessa visão ser compactuada pelos pais dela tomei o dobro de cuidado, o que me fez ficar muito quieto, pensativo, sem saber muito bem como agir e falar em determinadas situações. Outra questão é que queria fazer uma boa imagem na família dela... queria que me vissem como uma pessoa do bem, educado, atencioso, enfim, queria de verdade mostrar que sou uma boa pessoa, mas sendo natural, sem falsidade, sem teatros... o problema é que todo o tempo tinha a impressão de que poderia fazer algo que desagradasse.

Por fim, com tudo isso, acabei ficando quieto, meio afastado, passei uma imagem de uma pessoa sem assunto, sem sal e sem açúcar, que não tem graça alguma... se a pessoa que fui visitar tinha uma boa impressão de mim na vida on, agora tem a pior impressão o possível, quase que certeza...

E bem, sem falar no quanto era difícil controlar certos impulsos... eu tinha tanta vontade de abraçá-la, de fazer carinho no seu rosto, no seu cabelo, pegar na sua mão, e até mesmo de beijá-la... mas o medo era tão grande, por tudo que passei recentemente com ela mesma. Em diversos momentos cheguei muito perto de pegar na mão dela, muito perto de puxar ela pro meu colo e ficar fazendo carinho e sem poder... tudo que eu podia fazer era abraçar ela e quando tudo se tornava forte demais para mim, usava a única coisa que eu podia, tirava o cabelo dela da frente do rosto, e tentava imaginar que estava fazendo carinho nela no imbecil   meio daquilo. É ridículo e extremamente frustrante eu sei, mas era tudo que eu tinha, pois se eu tentasse, por exemplo, ficar fazendo carinho nela, haviam dois perigos, um que eu estava disposto a correr mas não de colocar ela nessa, que era dos pais dela aparecer e ver tudo e criar uma situação extremamente constrangedora e prejudicar a ela mesma. Outra, que eu não estava disposto a correr, era da reação dela ser a pior possível e eu não sei como agiria se ela toma alguma atitude, mesmo que discreta, para me dar um fora... e eu estava longe, sozinho...

Pensei num dia que saímos a noite com amigos dela em pedir para conversa na praça, para tentar ao menos ficar abraçado com ela, mas o tal cara do namoro recente poderia aparecer, e se ela pensasse nisso certamente daria uma desculpa ou algo do tipo para ir direto para casa sem parar lá...

Resumindo... agora me sinto um idiota completo, embora amei a viagem mas me sinto frustrado por não ter conseguido tomar todas atitudes que esperava tomar e sei que passei uma imagem de babaca, uma imagem muito ruim com ela... Como diz a música "Teatro dos Vampiros", 'a primeira vez é sempre a última chance'... e pode ter sido minha última.

Eu começo a ver que minha depressão nunca foi embora... e sei que precisava de ajuda... mas eu não quero ir em psicólogo, não quero ter que tomar um monte de tarja preta... já passei quase toda minha vida no médico por causa do rim, e ainda passo... só quero ser normal.

É isso... uma viagem tão sonhada, tão querida, e que amei de verdade, o lugar, as pessoas... mas que ao mesmo tempo é meu mais novo fracasso.

Desculpem a falta de métrica, os parágrafos imensos e tal...

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