Estranha Mente Minha

Apenas palavras soltas ao vento sem direção nem sentido.

A letra da música que postei há pouco foi escrita em 1997, logo que descobri que tinha uma doença renal grave. Como disse, ela é baseada num poema, trata-se do poema gótico Ad Infinitum cujo autor e ano são desconhecidos.

Esse é meu poema favorito, e que para mim faz muito sentido (mesmo - ou talvez por - sendo meio suicida), então achei justo compartilhar aqui não apenas a letra, como também o poema que o baseou.

Ad Infinitum

vo os dissabores de minha vida.
Esperança:algo fictício a que me apego,
para todo o dia ressuscitar.
E como já dizia a grande poetisa:
como odeio a luz do sol,
que revela até o possível.
Morte:como posso abraçá-la,
pois o que me prometes
é a incapacidade de expressar minha dor
ad infinitum.
Sinto que a voluntária degeneração se faz possível,
pois a perspectiva do fim,
que por enquanto não me exige,
nao passa de uma ocasião ainda remota.
Será então que entendi a vida
como uma contínua e dedicada preparação para a morte?
Até o infinito.

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